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Elaborámos um pequeno roteiro com sugestões para que possa desfrutar melhor dos Miradouros da Penha de França e do Monte Agudo.
Em Lisboa existem muitos miradouros devido à sua natural anatomia de relevos acidentados da qual resulta a conhecida designação de Cidade das Sete Colinas.
Os turistas nacionais e estrangeiros não dispensam uma visita aos miradouros mais emblemáticos, como o das Portas do Sol sobre Alfama, os da Graça ou o de São Pedro de Alcântara.
Mas existem outros que valem igualmente uma visita. Os Miradouros da Penha de França e do Monte Agudo são dois magníficos pontos de observação da cidade, mas que passam despercebidos até aos lisboetas. A distância que os separa é apenas de 1 Km.
Vamos conhecer a Igreja de Nossa Senhora da Penha de França, observar um antigo reservatório de água e apreciar um painel de azulejo do artista português Querubim Lapa.
Damos início ao percurso, começando na Travessa do Calado frente à Junta de Freguesia da Penha de França.
Faça uma visita guiada às zonas históricas de Lisboa e conheça locais imperdíveis desta magnífica cidade.
Registo de Azulejo no Edifício da Junta de Freguesia
Foi neste palacete que se guardou, durante a reedificação da Igreja da Penha de França, a imagem original de Nossa Senhora que se salvou do terramoto de 1755. Este facto ficou documentado num magnífico registo de azulejos policromados, com inscrição, que podemos observar sobre a porta.
Trata-se de uma reprodução produzida pela Fábrica de Santana em 1987 que substitui o original que se encontra protegido no Museu de Lisboa, mas que vale a pena observar.
Origem e Lenda da Penha de França
Ao entrar no Largo da Penha de França encontramo-nos no local onde em 1597 foi edificada uma ermida.
António Simões, um escultor de imagens preso em Alcácer Quibir, prometeu à Virgem a execução de imagens em seu louvor se se salvasse do cativeiro. Milagre concedido, promessa cumprida! Uma das imagens que produziu foi dedicada à Senhora da Penha de França, culto com origem em Salamanca, que aqui encontrou altar.
Antes de chegarmos à igreja deparamo-nos com um mural pintado de grandes dimensões que nos remete para a curiosa lenda relacionada com a Senhora da Penha de França que passamos a contar.
Um dia um peregrino adormecido na encosta do monte terá sido acordado por um enorme lagarto antes de ser atacado por uma cobra que, surpreendida, se afastou. Devoto da Senhora da Penha o homem considerou que se trataria de um milagre e assim surgiu a tradição do Lagarto da Penha.
Este episódio é ainda contado num registo de azulejos policromados de grandes dimensões que existe no exterior da cabeceira da igreja. A sua localização não permite uma boa observação mas apesar de tudo vale a pena espreitar.
Também numa sala contígua à igreja um lagarto e uma cobra talhados em madeira nos remetem para a lenda.
A Igreja de Nossa Senhora da Penha de França
No século XVII uma nova construção, igreja e convento, toma o lugar da pequena ermida.
O que hoje nos é dado ver é o resultado da reedificação concluída em 1785 após o terrível terramoto que muito danificou os edifícios, e de algumas campanhas de restauro do início do século XX.
Vamos então ao encontro deste surpreendente edifício.
A fachada da igreja organizada em três corpos separados por dois contrafortes, num misto entre o Maneirismo e o Barroco, não deixa adivinhar o seu interior. O acesso é feito através de uma monumental escadaria, mas salientamos que existe acesso a pessoas com mobilidade reduzida através de uma entrada lateral.
Deparamo-nos então com uma igreja de planta octogonal em cuja capela-mor se encontra a imagem original da Senhora da Penha de França feita por António Simões.
Todo o conjunto é monumental! As paredes em calcários coloridos alternam com altares de madeira pintada a fingir pedras.
De destacar as pinturas atribuídas a Vieira Portuense (1765-1805) e duas grandes estátuas de São Pedro e São Paulo em nichos na capela-mor atribuídas a Machado de Castro (1731-1822).
A igreja possui ainda espaços com azulejos dos séculos XVII e XVIII que nos lembram que esta foi casa da Ordem de Santo Agostinho.
Todo o conjunto de edifícios e património móvel foi em Novembro de 2017 classificado como Monumento de Interesse Público.
Depois de conhecermos um pouco sobre a Igreja da Penha de França e antes de prosseguirmos para o miradouro propriamente dito, observamos o reservatório que se destaca na paisagem.
Reservatório da Penha de França
Na zona posterior da igreja encontra-se o desactivado reservatório elevado da Penha de França, construído entre 1929 e 1932. Este depósito de água fazia parte da infra-estrutura hidráulica que aproveitou a cisterna do convento da Penha de França para fornecimento de água aos pontos elevados do bairro.
Seguimos agora à descoberta dos Miradouros da Penha de França e do Monte Agudo.
Miradouro da Penha de França
Contornando a igreja, seguindo pela Rua Marques da Silva chegamos ao miradouro. Aqui temos uma panorâmica incrivelmente ampla. Podemos avistar desde a zona oriental de Lisboa, com a ponte Vasco da Gama ao fundo até a zona ocidental, com o Parque Florestal de Monsanto e as Amoreiras a fazerem parte do enquadramento. Em dia de céu limpo é possível observar a Serra de Palmela e a Serra de Sintra, em sentidos opostos.
Depois deste deslumbramento, partimos para o caminho de volta até ao Largo da Penha de França em direcção à Rua da Penha de França. Caminhamos uns 5 minutos e chegamos à porta da Escola Secundária Dona Luísa de Gusmão.
Painel de Azulejos de Querubim Lapa
Fazemos uma curta paragem para observarmos o painel de azulejo da autoria do artista Querubim Lapa (1925-2016). Reconhecido sobretudo como um dos ceramistas portugueses mais importantes, destacando-se nas soluções plásticas e técnicas inovadoras.
Existem inúmeros painéis deste artista espalhados pela cidade de Lisboa. Este com cerca de 30 metros de comprimento data de 2005 e, apesar de recente, encontra-se com lacunas, estado que potencia o seu desagregamento e no qual urge intervir.
Passando a escola, chegamos ao início da Rua Heliodoro Salgado. É aqui a entrada do Miradouro do Monte Agudo.
Miradouro do Monte Agudo
Um extraordinário miradouro, dos menos conhecidos de Lisboa, de onde se avista uma panorâmica do famoso Miradouro da Senhora do Monte, passando pela margem sul do Tejo, Colina de Santana e toda a zona norte das Avenidas Novas.
Este lugar merece uma pausa prolongada para contemplar o silêncio e a maravilhosa vista. No quiosque é possível tomar uma bebida ou se estiver na hora de refeição, pedir uma tosta para aproveitar bem este momento.
Leia também Panorâmicas de Lisboa em Azulejo de Fred Kradolfer onde está incluído o painel da panorâmica do Miradouro do Monte Agudo.
No final, a saída pode ser feita pela passagem pedonal, através de escadas, que tem ligação à Rua Ilha do Príncipe. Daqui até à Avenida Almirante Reis é apenas uma curta distância.
Esperamos que tenha gostado e que aceite o convite para um passeio por este pequeno mas rico roteiro que lhe deu a conhecer os Miradouros da Penha de França e do Monte Agudo. 🙂
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