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Amália Rodrigues (1920-1999) foi, talvez, a artista portuguesa com o legado mais importante para a história da música popular em Portugal no séc. XX.
O seu contributo artístico foi determinante para o desenvolvimento e internacionalização do fado e é considerada por muitos como uma das suas melhores intérpretes.
Como não podia deixar de ser, Amália Rodrigues cantou Lisboa.
Em inúmeros fados a cidade é tema recorrente: Gaivota, Ai Lisboa, Lisboa à Noite, Lisboa Antiga, Ai Mouraria, Há Festa na Mouraria, Maria Lisboa, Madrugada de Alfama…
Mas também em marchas populares, tão célebres que até hoje todos as cantam na noite de Santo António, parte integrante das Festas de Lisboa: Noite de Santo António, Lá Vai Lisboa, Lisboa dos Milagres, Lisboa dos Manjericos, Lisboa Noiva do Fado, Lisboa Não Sejas Francesa, entre outras. Assim como muitas marchas dos bairros populares como Mouraria, Alcântara, Alfama, Benfica, São Vicente…
Um fenómeno de popularidade que se mantém vivo em muitas manifestações de homenagem que, de diferentes formas e em diversos lugares, se encontram presentes na cidade que a viu nascer.
A getLISBON associa-se à vasta programação que comemora o centenário do seu nascimento, trazendo-lhe pontos de encontro com a artista em Lisboa.
Aproveite e participe no programa Lisboa: Fado ao Vivo e Tour por Alfama com Jantar Tradicional para apreciar esta tão peculiar sonoridade lisboeta.
Encontros em Lisboa com Amália Rodrigues
A casa onde Amália nasceu, os lugares das suas vivências na juventude, os museus que lhe fazem referência, as homenagens oficiais e as manifestações artísticas que continua a inspirar, são alguns dos encontros que lhe propomos.
Origens
Amália Rodrigues nasceu na casa de seus avós maternos, situada num pátio sombrio do nº86 da Rua de Martim Vaz, uma discreta artéria que corre paralela à Calçada de Santana.
Ali se encontra uma placa que assinala esse acontecimento da autoria do escultor Lagoa Henriques (1923-2009). No interior do pátio outra placa nos diz que “A 23 de Julho de 1920 aqui nasceu Amália Rodrigues. Homenagem da Câmara Municipal de Lisboa. 23 de Julho de 1997”.
Com rigor, o dia 23 de Julho é o dia do seu registo, contudo não corresponde à data do seu nascimento que é incerta. Dizia-lhe a avó, com alguma poesia, que ela teria nascido no tempo das cerejas. Assim sendo, a própria artista adoptou o dia 1 desse mesmo mês para celebrar o seu aniversário.
Ainda na Colina de Santana devemos referir a magnífica Igreja da Pena como lugar que importa visitar e que foi onde o seu baptismo teve lugar.
Juventude
Aos seis anos Amália mudou-se com os seus avós para a zona ocidental da cidade.
Alto de Santo Amaro, Alcântara, Pampulha, foram os lugares da sua juventude. Apesar de não se conhecerem com rigor todas as suas moradas, é seguro assinalar a sua presença em dois locais: o Pátio dos Quintalinhos, à Calçada do Livramento e a Escola Raul Lino na Calçada da Tapada.
O primeiro, um modesto bairro operário situado no Baluarte do Livramento que, felizmente se encontra hoje reabilitado. Ali está instalada a Casa de Goa e de um magnífico terraço avista-se o Tejo. Sabendo que se trata de uma localização segura de uma das moradas de Amália, pena é que não exista no local nenhuma referência a este facto.
A actual Escola Básica Raul Lino então Escola da Tapada da Ajuda foi a única frequentada por Amália Rodrigues. Para ali entrou com quase nove anos e em apenas três completou a instrução primária. A sua professora gostaria que tivesse prosseguido mas a avó assim não o entendeu e os seus estudos ficaram por ali.
Esta é uma interessante escola construída em 1915 de acordo com um projecto do arquitecto Raul Lino (1879-1974). Destacam-se, para além da concepção do espaço em si, surpreendentes pinturas que têm povoado o imaginário de gerações. Nas zonas de circulação encontram-se trabalhos do pintor António Soares e dentro das salas de aula do próprio Raul Lino, de Alice Rey Colaço, Fred Abecassis e Conceição Silva. Merecem ainda referência os azulejos do refeitório também da autoria do arquitecto.
A Casa-Museu Amália Rodrigues
Amália Rodrigues morou alguns anos na Rua de São Bernardo, à Estrela, mas em 1954 adquiriu um imóvel de construção pré-pombalina, o nº193 da Rua de São Bento, onde habitou até ao fim da sua vida.
Cumprindo o seu desejo, esta casa foi aberta ao público e hoje dá a conhecer os aspectos da sua vida mais privados, o seu mundo íntimo.
A Casa-Museu Amália Rodrigues foi inaugurada no dia 24 de Julho de 2001 e mantém-se como se a artista a habitasse, como que cristalizada no tempo. Ali podem ser vistos vestidos e jóias, objectos pessoais, mobiliário, prémios e memórias.
É também aqui a sede da Fundação Amália Rodrigues, criada logo após o seu desaparecimento, instituição que visa a preservação, estudo e divulgação da sua vida e obra.
Sem dúvida um espaço de referência a visitar, onde pode contar com a simpatia e disponibilidade de quem o recebe.
Outros Espaços Museológicos
Mas se quer saber mais sobre o percurso profissional e a carreira de Amália Rodrigues não pode deixar de visitar dois outros importantes espaços museológicos: O Museu do Fado e o Museu Nacional do Teatro e da Dança.
No primeiro encontra um espaço onde diariamente se vive e celebra o universo do fado e da guitarra portuguesa. A incontornável presença de Amália Rodrigues está patente em registos sonoros, fotográficos ou filmes e a sua imagem está espalhada um pouco por todo o museu, inspiração de muitas obras de arte contemporânea.
Já o Museu do Teatro e da Dança possui um núcleo expositivo especialmente dedicado à intérprete do fado. Estão expostos, para além de diversa documentação entre a qual fotografias, cerca de 60 trajos do seu guarda-roupa profissional que usou em apresentações em salas de espectáculo internacionais tão relevantes como o Olympia em Paris, o Lincoln Center em Nova Iorque, o Canecão no Rio de Janeiro, o Teatro Sistina em Roma ou o Coliseu dos Recreios em Lisboa.
Homenagens Póstumas – Jardim Amália Rodrigues e Panteão Nacional
No ano seguinte ao seu desaparecimento, a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu o seu nome ao espaço ajardinado que prolonga o Parque Eduardo VII, da autoria do arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles.
Contra a sua vontade, que ansiava uma última morada mais discreta, Amália Rodrigues repousa hoje no Panteão Nacional.
O seu corpo foi trasladado do Cemitério dos Prazeres, apenas dois anos após a sua morte, para a Sala da Língua Portuguesa, tornando-se desta forma a primeira mulher a integrar o grupo de grandes vultos nacionais ali distinguidos.
Uma homenagem que revela a importância que a artista representa no panorama não só da música portuguesa, mas também da divulgação das poesias clássica e contemporânea que Amália introduziu no fado.
Discoteca Amália
Corria o ano de 1992 quando Manuel Simões (1917-2008) abriu na Rua do Ouro a Discoteca Amália.
Este importante empresário da indústria e comércio discográficos foi o proprietário e fundador da mítica Discoteca do Carmo (1957-1998) e também o responsável pela famosa carrinha que diariamente anima a Rua do Carmo com acordes de fado.
Em 2001 surge por sua iniciativa, uma fundação com o seu nome que tem como objectivo a divulgação das diferentes vertentes do fado, assim como o apoio a novos intérpretes.
É esta fundação que hoje gere a Discoteca Amália, um espaço de venda de discos que vai resistindo aos novos tempos. O seu nome de tributo à artista está bem evidente na decoração da montra que lhe é sempre dedicada.
Aqui pode adquirir muita da discografia de Amália Rodrigues, mas não só. A selecção é eclética mas são de destacar curiosas propostas para coleccionadores de cassetes, CD’s e discos de vinil.
Um espaço surpreendente, também muito acarinhado pelos turistas!
Manifestações Artísticas de Tributo a Amália Rodrigues
Amália Rodrigues não inspirou apenas poetas e músicos que para si compuseram. Também os artistas plásticos são sensíveis ao seu legado musical e à sua forte imagem.
Esperamos que tenha gostado destes encontros em Lisboa com Amália Rodrigues que elaborámos para si!
Curiosidade
Após a morte de Amália Rodrigues foi proposto que a tão antiga Rua de São Bento, onde morava, passasse a chamar-se Rua Amália. A proposta não foi aceite mas ainda hoje, passados 21 anos do seu desaparecimento, encontramos esta designação escrita nas suas paredes ao longo de toda a rua.
O projecto getLISBON tem sido muito gratificante. Queremos continuar a revelar singularidades da apaixonante cidade de Lisboa.
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