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Tem ideia da diversidade de arte pública do Jardim do Campo Grande em Lisboa? Preparámos-lhe um roteiro sobre cada uma das peças que pode apreciar neste agradável e histórico espaço verde.
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Faça uma visita guiada às zonas históricas de Lisboa e conheça locais imperdíveis desta magnífica cidade.
A Arte Pública do Jardim do Campo Grande
O Jardim do Campo Grande foi reabilitado e rebaptizado em 2018 de Jardim Mário Soares mas continua mais conhecido dos lisboetas pela sua antiga designação.
As obras, que então tiveram lugar, permitiram requalificar edifícios e equipamentos, instalar novos recursos e redesenhar espaços verdes.
Esta extensa área, de cerca de 13 hectares dividida pela Av. do Brasil em duas zonas (norte e sul), tornou-se um recinto muito aprazível e cheio de vida.
Iniciamos o nosso roteiro da arte pública do Jardim do Campo Grande a partir do topo norte, junto ao Museu de Lisboa.
Estátuas de D. Afonso Henriques e D. João I
![Trata-se de duas grandes esculturas de pedra que retratam o primeiro rei de Portugal e o fundador da Dinastia de Aviz. Foram realizadas em 1950 pelo escultor Leopoldo de Almeida (1898-1975).](https://dev.getlisbon.com/wp-content/uploads/2020/09/01-arte-publica-campo-grande-reis-portugal-getlisbon.jpg)
Aqui estão implantadas duas grandes esculturas de pedra que retratam o primeiro rei de Portugal e o fundador da Dinastia de Aviz.
Contudo, esta não é a sua localização original.
Realizadas em 1950 pelo escultor Leopoldo de Almeida (1898-1975) para serem colocadas no átrio do edifício dos Paços do Concelho de Lisboa, ali permaneceram até ao grande incêndio de 1996.
No ano seguinte foram transferidas pela CML – Câmara Municipal de Lisboa para o local actual, tendo sido reinauguradas no dia 31 de Agosto.
Leopoldo de Almeida é também autor das estátuas de Oliveira Martins e de António Feliciano de Castilho, ambas abordadas nos dois artigos sobre A Escultura da Av. da Liberdade.
Busto de Rafael Bordalo Pinheiro
![Arte Pública do Jardim do Campo Grande: Busto de Rafael Bordalo Pinheiro da autoria de Raul Xavier. Este é constituído por um busto com uma base quadrada decorada, em bronze, que assenta num plinto de pedra, de onde se destaca uma palma também em bronze. As decorações remetem-nos para o universo do artista plástico. Na frente a representação da República, na parte posterior a figura do Zé Povinho e nas laterais os gatos.](https://dev.getlisbon.com/wp-content/uploads/2020/09/02-arte-publica-campo-grande-busto-rafael-bordalo-pinheiro-getlisbon.jpg)
Mesmo em frente ao Museu Bordalo Pinheiro, podemos observar um monumento de homenagem ao artista que lhe deu nome.
Este é constituído por um busto com uma base quadrada decorada, em bronze, que assenta num plinto de pedra, de onde se destaca uma palma também em bronze.
As decorações remetem-nos para o universo do artista plástico. Na frente a representação da República, na parte posterior a figura do Zé Povinho e nas laterais os gatos.
Esta obra, inaugurada a 20 de Março de 1921, é da autoria do ainda muito jovem escultor Raul Xavier (1894-1964) e do arquitecto José Alexandre Soares.
Nesta peça o escultor revela influência do seu mestre Costa Motta (Tio). Mais tarde irá enveredar por uma estética mais modernista da qual é exemplo a estátua de São Vicente implantada no Miradouro das Portas do Sol, em Alfama.
Leia também sobre dois dos projectos do arquitecto José Alexandre Soares: o coreto da Praça José Fontana, construído nos finais da década de 80 do séc. XIX e os quiosques WC de Lisboa de 1913.
Painel Cerâmico Relevado
![Painel no Edifício Caleidoscópio, no Jardim do Campo Grande de Maria Emília Silva Araújo. Todo o painel apresenta um grande dinamismo: figuras em movimento; vibrante contraste cromático de cores quentes e frias; relevos que originam fragmentos de cor e forma, um efeito visual comparável ao produzido por um caleidoscópio.](https://dev.getlisbon.com/wp-content/uploads/2020/09/03-arte-publica-campo-grande-painel-ceramico-getlisbon.jpg)
Caminhemos para sul até ao Edifício Caleidoscópio. A sua fachada apresenta, em termos de dimensões, a maior de todas as obras de arte pública do Jardim do Campo Grande. Um painel da ceramista Maria Emília Silva Araújo (1940) que já foi, por nós, abordado no artigo 5 Painéis Cerâmicos Relevados em Lisboa.
Esculturas da Casa do Lago
Mais à frente encontra-se a peculiar Casa do Lago, um restaurante com uma belíssima esplanada. Daqui tem uma vista deslumbrante sobre o lago, onde é possível andar de barco a remos, uma experiência incomum no meio da cidade.
Neste local temos duas obras de arte distintas, ambas de cantaria.
![Arte pública do Jardim do Campo Grande: Em primeiro lugar, logo à entrada dois potros ladeiam as escadas de acesso ao restaurante. Foram realizados em 1946 pelo escultor António Rocha Correia (1919-1996). A segunda obra escultórica é de 1949 da autoria de Canto da Maia (1890-1981). Trata-se de uma peça de gosto Art Déco, um nu de corpo inteiro que representa uma elegante e sensual figura feminina que se vê ao espelho.](https://dev.getlisbon.com/wp-content/uploads/2020/09/04-arte-publica-campo-grande-painel-ceramico-getlisbon.jpg)
Em primeiro lugar, logo à entrada dois potros ladeiam as escadas de acesso ao restaurante. Foram realizados em 1946 pelo escultor António Rocha Correia (1919-1996).
A segunda obra escultórica é de 1949 da autoria de Canto da Maia (1890-1981). Trata-se de uma peça de gosto Art Déco, um nu de corpo inteiro que representa uma elegante e sensual figura feminina que se vê ao espelho.
Esta será uma versão de La Femme au Miroir, em bronze, que actualmente integra a colecção do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.
Monumento ao Jardineiro da Cidade
![Esta escultura abstracta, de 1985, é da autoria de Soares Branco (1925-2013) e o projecto do plinto do arquitecto Eduardo Martins Bairrada (1930- 1987). A escultura é composta por materiais diversos, entre os quais lâminas de enxadas que formam um arco, simbolizando o movimento e a força com que o jardineiro prepara a terra para plantação.](https://dev.getlisbon.com/wp-content/uploads/2020/09/05-arte-publica-campo-grande-jardineiro-da-cidade-getlisbon.jpg)
Já no final da zona norte, junto à Avenida do Brasil, tem lugar uma discreta homenagem ao jardineiro da cidade promovida pela CML.
Esta escultura abstracta, de 1985, é da autoria de Soares Branco (1925-2013) e o projecto do plinto do arquitecto Eduardo Martins Bairrada (1930- 1987).
A escultura é composta por materiais diversos, entre os quais lâminas de enxadas que formam um arco, simbolizando o movimento e a força com que o jardineiro prepara a terra para plantação.
Memorial Speakers Corners
![Este memorial, inaugurado no dia 25 de Abril de 2018, evoca Mário Soares (1924-2017), importante figura política portuguesa que aqui viveu e passeou ao longo de toda a sua vida.](https://dev.getlisbon.com/wp-content/uploads/2020/09/06-arte-publica-campo-grande-speakers-corner-getlisbon.jpg)
Depois de atravessar a Avenida do Brasil, alcançamos a zona sul do jardim.
Aqui um memorial, inaugurado no dia 25 de Abril de 2018, evoca Mário Soares (1924-2017), importante figura política portuguesa que aqui viveu e passeou ao longo de toda a sua vida.
Trata-se de um projecto do designer Henrique Cayatte (1957) que, através de um púlpito colocado numa área circular, nos remete para a ideia do uso do discurso livre. No chão palavras soltas recordam o homenageado que lutou pela democracia: universalista, exilado, preso…
Painel de Azulejo
![Painel de azulejo da autoria de João Lopes Segurado. É uma composição formada por elementos florais e vegetalistas, predominantemente em tons de azul. Mede 5,04m de comprimento por 0,98m de altura e é composto por 252 azulejos.](https://dev.getlisbon.com/wp-content/uploads/2020/09/07-arte-publica-campo-grande-painel-azulejo-getlisbon.jpg)
Junto ao actual centro desportivo está preservado um painel de azulejos que decorava a entrada do antigo edifício das piscinas municipais.
Este painel, de 1965, tem a assinatura do ceramista João Lopes Segurado (n.1920). É uma composição formada por elementos florais e vegetalistas, predominantemente em tons de azul. Mede 5,04m de comprimento por 0,98m de altura e é composto por 252 azulejos.
Escultura A Infância
![Esta escultura em bronze, de 1992 é da autoria do artista, cartoonista Samuel Torres de Carvalho (1924-1993), mais conhecido por Sam. Estamos perante uma personagem insuflada de grandes dimensões que se apresenta como uma caricatura em 3D, meio homem meio mulher, com um grande nariz e uns enormes seios que jorram água para um lago.](https://dev.getlisbon.com/wp-content/uploads/2020/09/08-arte-publica-campo-grande-a-infancia-getlisbon.jpg)
Esta escultura em bronze de 1992 é da autoria do artista, cartoonista Samuel Torres de Carvalho (1924-1993), mais conhecido por Sam.
Aqui o seu tradicional desenho dá lugar à volumetria sem abandonar o humor e o sentido crítico que caracterizavam este artista.
Estamos perante uma personagem insuflada de grandes dimensões que se apresenta como uma caricatura em 3D, meio homem meio mulher, com um grande nariz e uns enormes seios que jorram água para um lago.
Escultura Menino com Gamela
![Trata-se de uma escultura de pequena dimensão (c.65cm de altura) que representa um menino agachado e torcido que agarra uma gamela com as duas mãos. Data de 1948 e tem a assinatura de Maximiano Alves (1888-1954).](https://dev.getlisbon.com/wp-content/uploads/2020/09/09-arte-publica-campo-grande-menino-com-gamela-getlisbon.jpg)
Junto ao parque infantil somos surpreendidos por uma escultura de pequena dimensão (c.65cm de altura) que representa um menino agachado e torcido que agarra uma gamela com as duas mãos.
Data de 1948 e tem a assinatura de Maximiano Alves (1888-1954).
Este escultor é também autor do Monumento aos Mortos da Grande Guerra de que lhe falámos em A Escultura da Av. da Liberdade – Poente. O mesmo é ainda responsável pela Estátua de Ferreira do Amaral, abordada no artigo 7 Sinais de Macau em Lisboa e pelo Monumento a França Borges presente em Arte Pública no Jardim do Príncipe Real.
Bustos de Luísa Todi e António Pedro
![A cantora lírica, Luísa Todi (1753-1833), representada por uma réplica de um busto de bronze desaparecido, inaugurado a 9 de Janeiro de 1957, da autoria de Joaquim Martins Correia (1910-1999). E o actor dramático português António Pedro de Sousa (1836-1889), retratado em bronze pelo escultor Costa Motta - sobrinho (1877-1956), datado de 1959.).](https://dev.getlisbon.com/wp-content/uploads/2021/01/11a-arte-publica-jardim-campo-grande-luisa-todi-antonio-pedro-getlisbon.jpg)
Próximo do extremo sul do Jardim do Campo Grande têm lugar dois bustos de importantes figuras das artes de palco portuguesas que a CML quis homenagear: Luísa Todi e António Pedro de Sousa.
O monumento de homenagem à famosa cantora lírica Luísa Todi (1753-1833), da autoria do escultor Martins Correia (1910-1999), foi concebido para ser colocado no Largo do Teatro São Carlos, ao Chiado. Contudo, acabou por ser inaugurado neste jardim, no dia 9 de Janeiro de 1957, dia do aniversário da cantora.
O busto em bronze assentava num painel de pedra escura onde as imagens de quatro figuras femininas que nos remetem para a Grécia Antiga, se encontravam gravadas e avivadas a ouro.
O busto foi roubado e a CML tratou de o substituir por uma cópia. Já o painel hoje não deixa perceber a beleza das figuras que encerra, uma verdade que deveria ser reposta.
Quanto ao actor dramático português António Pedro de Sousa (1836-1889), a homenagem de 1959, consiste num busto em bronze da autoria do escultor Costa Motta – sobrinho (1877-1956).
Chegámos ao fim deste roteiro da arte pública do Jardim do Campo Grande, em que atravessámos um século de memória, através de obras de artistas portugueses de épocas e estilos diferentes.
Ao longo de todo o jardim foi ainda instalado pela CML, equipamento lúdico relacionado com o conhecimento Matemático. Saiba tudo em Há Matemática no Jardim do Campo Grande.
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