A Luz de Lisboa Tem Magia; Vista da baixa pombalina e do rio Tejo

A Luz de Lisboa Tem Magia

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A Luz de Lisboa … como definir um fenómeno que todos reconhecem mas que é tão complicado de traduzir em palavras?

Nada melhor que poemas para transmitir o que é especial e difícil de explicar: Lisboa cidade Luz; Lisboa cidade branca; cidade a ponto luz bordada; cidade onde a luz mais nos seduz; cheia de luz e de cor… assim escrevem os poetas e se canta no fado, a luz de Lisboa.

Mas também pintores, fotógrafos, cineastas, nacionais e estrangeiros, procuram captar e registar essa intensidade, esse brilho que os encanta e que já constitui um ícone imaterial da cidade.

Um fenómeno natural fascinante, reconhecido internacionalmente e que é uma das verdadeiras razões para visitar Lisboa.

Mas porque é que esta cidade das sete colinas é detentora desta característica tão peculiar?

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A Luz de Lisboa

A magia da luz de Lisboa resulta de uma conjugação de factores fundamentais como a localização geográfica e a topografia do terreno… mas não só!

Luz Dada

Vista do Mar da Palha e da Serra da Arrábida a partir do Castelo de São Jorge
Vista do Mar da Palha e da Serra da Arrábida

Sem dúvida que o elevado número de horas de sol, proporcionado pela localização na proximidade da costa Atlântica do Sul da Europa, contribui para o fenómeno.

Também o facto de se tratar de uma cidade arejada, onde o vento tendencialmente dissipa as poeiras, proporciona dias claros com uma nitidez impressionante.

Estes aspectos talvez não fossem tão evidentes se a cidade fosse plana.

Na verdade a topografia de Lisboa, caracterizada por acentuadas colinas e vales que caminham para um largo rio, cria um efeito de anfiteatro favorável à prolongada exposição solar, aos dramáticos contrastes de luz e sombra e, claro, à existência de miradouros.

E o que se avista destes locais privilegiados? Amplas paisagens, da Serra da Arrábida, do chamado Mar da Palha (larga bacia que o rio apresenta a oriente de Lisboa), de todo o estuário do Tejo e do casario alvo e brilhante voltado para o rio.

O facto deste se situar a sul permite à cidade uma prolongada exposição solar. E se por um lado é um espaço aberto que não provoca sombra na cidade por outro contribui ainda para uma maior e mais rica luminosidade com o reflexo das suas águas que variam de cor ao longo do dia.

O pôr-do-sol é um dos momentos em que a luz de Lisboa tem mais magia.

Como diz o cantautor Sérgio Godinho: “O Tejo que reflecte o dia à solta, à noite é prisioneiro dos olhares”…

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Luz Construída

Arcadas da Praça do Comércio
Arcadas da Praça do Comércio

Mas diz-se que a cor de Lisboa é branca, rosa, amarela e até roxa quando em Junho os jacarandás florescem e um pouco por toda a cidade as suas flores formam tapetes de anil.

Na verdade ela é tudo isso já que os materiais utilizados nas suas construções são maioritariamente as pedras brancas calcárias que reflectem não só a luz mas também as cores que lhe estão próximas. Cores luminosas e quentes, predominantemente rosa e amarelo das fachadas e o vermelho das telhas dos edifícios, que se conjugam numa tonalidade clara mas cálida, afável, convidativa.

Contudo no que respeita a materiais de construção não podemos ficar por aqui. Há dois elementos, só por si diferenciadores e emblemáticos desta cidade, que contribuem em muito para a magia da luz de Lisboa.

São eles a calçada portuguesa e os azulejos.

A calçada, que aqui nasceu no séc. XIX, hoje um ex-libris não só da cidade mas de todo o país, é predominantemente branca e por isso também responsável pela reflexão da luz.

Por seu lado os azulejos, elemento decorativo introduzido pela presença árabe, contribui há séculos com a sua cor e brilho para enriquecer os interiores e mais tarde também o exterior dos edifícios. As fachadas revestidas a azulejo que se popularizaram no séc. XIX e que permanecem até à actualidade, criam grandes superfícies brilhantes reflectoras e a sua irregularidade oferece-nos efeitos de luz que podemos dizer mágicos.

Saiba mais sobre a azulejaria portuguesa, uma arte identitária nacional, única no mundo.

Fachadas revestidas a azulejo junto à Sé de Lisboa
Fachadas revestidas a azulejo

Intensa exposição solar, atmosfera limpa e arejada, colinas viradas a um largo rio, materiais claros, pedras e calçadas brancas, azulejos…

Imagine todos estes elementos conjugados… é assim a luz de Lisboa!

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